Efemérides Astronômicas – Abril 2022

Efemérides Astronômicas – Abril 2022

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Você conhece as Plêiades? Já visualizou, de uma só vez, quatro planetas? E Mercúrio a olho nu, já apreciou? Em abril, haverá oportunidade para observar, entre outros eventos astronômicos, esses três fenômenos. Na verdade, olhar para o céu pode ser mais do que mera observação, pode ser uma oportunidade para contemplarmos o universo e refletirmos sobre a sua grandiosidade.

Abrindo a agenda das efemérides deste mês estão as Plêiades. Trata-se de um aglomerado aberto localizado na constelação de Touro que fascina por conter milhares, quem sabe até centenas de milhares de estrelas de brilho intenso, muitas delas até cem vezes mais brilhantes que o Sol, unidas por um mesmo elemento, um campo gravitacional comum, sem forma definida.

As plêiades são observadas desde as mais antigas civilizações. A olho nu, seis estrelas podem ser vistas a partir da Terra. No evento deste mês, elas serão de mais fácil reconhecimento porque a Lua, que costuma dificultar a visualização dessas estrelas em razão do brilho que reflete, estará em conjunção.  Este evento poderá ser contemplado em todo o mundo. Como referência, no Brasil, ele acontecerá no dia 4 de abril, entre 18h40 e 19h15 (fuso horário de Brasília).

Já no dia 17 de abril, o convite é para a contemplação de Júpiter, Vênus, Marte e Saturno desenhando o céu de uma só vez. Dependendo do fuso horário em que o observador estiver, os planetas poderão ser vistos alinhados na direção do Leste geográfico ou fora do alinhamento, mas ainda bem próximos uns dos outros. Júpiter estará brilhando na constelação de Peixes; Vênus e Marte, na constelação de Aquário; e Saturno, na de Capricórnio. Este evento também poderá ser visto em todo o mundo. Para referência, no Brasil, o alinhamento se dará a partir de 3h4min (fuso horário de Brasília).

Também em abril, haverá uma bela oportunidade para a visualização de Mercúrio sem o uso de equipamentos. Este planeta costuma ser de difícil visualização porque ele é ofuscado pela luz do Sol por ter sua órbita muito próxima ao astro. Mas, no dia 29 de abril, ele estará em sua máxima elongação, o que significa que estará na posição orbital mais distante possível do Sol e na mais longa aparição noturna deste ano, tendo sua superfície com 41% de iluminação. O observador deve se virar para o Oeste para apreciar este momento. O evento poderá ser observado em todo o mundo. Como referência, no Brasil, acontecerá entre 17h40 e 18h40 (fuso horário de Brasília).

Outros eventos astronômicos

Chuva de meteoros Líridas

Popularmente conhecida como estrelas cadentes, a chuva de meteoros Líridas acontecerá entre 16 e 30 de abril. Será observável em todo o mundo, com melhor visualização no hemisfério Norte.

Para apreciar este fenômeno luminoso, procure uma região com nenhuma ou pouca luz. Localize a estrela Vega, na direção do Nordeste geográfico, na constelação de Lyra. Então, aguarde cerca de quinze minutos para que seus olhos bem se acostumem com o escuro, e desfrute do momento.

Considerada de média intensidade, a chuva de meteoros Líridas vai iluminar o céu quando a Terra passará pela trilha de destroços deixados pelo cometa Thatcher (descoberto por A. E. Thatcher em 5 de abril de 1861) – considerado como objeto pai. O pico será em 22 de abril, quando haverá um fluxo de 10 a 20 meteoros rápidos por hora, com rastros não persistentes e brilhantes que entram na atmosfera a uma velocidade de aproximadamente 70 quilômetros por segundo e queimam a uma altitude entre 70 e 100 km.

O fenômeno luminoso pode ser observado em todo o mundo. A melhor visualização será no hemisfério Norte, no período após o pôr da Lua (que estará com 61% de sua superfície iluminada, podendo interferir na observação) e antes do amanhecer. A título de referência, no Brasil, o evento será entre 1 e 6 horas (fuso horário de Brasília), mas se pensarmos em termos de hemisfério Norte, tendo Greenwich como referência, devemos acrescer três horas.

A chuva de meteoros Líridas é uma das mais antigas, tendo o primeiro registro de sua observação em 687 a.C., pelos chineses. O ponto radiante, que é onde a chuva de meteoros parece se originar tendo como referência a visão do observador aqui na Terra, está situado na constelação de Lyra, a harpa, onde está Vega, a quinta estrela mais brilhante no céu. O cometa Thatcher leva 415 anos para orbitar o Sol, portanto, este evento astronômico poderá ser visto novamente apenas no ano de 2276.

Eclipse parcial do Sol

Acontecerá no dia 30 de abril e será visível do Sul da América do Sul, partes da Antártida e sobre os oceanos Pacífico e Atlântico. Passará pelos seguintes países: Antartica, Chile, Argentina, Ilhas Maldivas, Uruguai, Brasil, Paraguai, Bolívia, Peru.

O instante do maior eclipse será às 17h41min26s (fuso horário de Brasília, Brasil). São 4,7 dias antes de a Lua atingir seu apogeu – maior afastamento da Terra. Durante o evento, o Sol estará na constelação de Áries.

O eclipse solar parcial acontece quando a Lua está alinhada e posicionada entre o Sol e a Terra, no entanto, o alinhamento dela com o Sol não é exato e apenas uma parte da luz solar é encoberta. Um eclipse nunca vem sozinho! Ele sempre ocorre cerca de duas semanas antes ou depois de um eclipse lunar. Então, teremos eclipse lunar em maio!

Conjunções em abril

Confira a agenda e mais informações na galeria de imagens.

Em todo o mundo, haverá a oportunidade de as pessoas apreciarem momento em que planetas e a Lua aparentam estar muito próximos uns dos outros, do ponto de vista aqui da Terra, mas estão na verdade a milhões de quilômetros de distância. São as chamadas conjunções astronômicas. As que foram citadas aqui têm a cidade de São Paulo, no Brasil, como referência para as angulações e pontos cardeais. Portanto, elas podem ter variações de acordo com o posicionamento geográfico de quem as contempla.

5 de abril
Conjunção entre Marte e Saturno
Observável em todo o mundo. Visível por volta das 2h40 às 5h45 (fuso horário de Brasília, Brasil), na direção do Leste geográfico. Ambos estarão na constelação de Capricórnio.
25 de abril
Conjunção entre a Lua e Saturno
Observável em todo o mundo. Visível por volta de 1h30 às 6 horas (fuso horário de Brasília, Brasil), na direção do Leste geográfico; Ambos estarão na constelação de Capricórnio.
26 de abril
Conjunção entre a Lua e Marte
Observável em todo o mundo. Visível por volta das 2h50 às 6 horas (fuso horário de Brasília, Brasil), na direção do Leste geográfico; Ambos estarão na constelação de Aquário.
27 de abril
Conjunção entre Júpiter, Lua e Vênus
Observável em todo o mundo. Visível por volta das 3h45 às 6 horas (fuso horário de Brasília, Brasil), na direção do Leste geográfico; Os astros estarão na constelação de Peixes.
30 de abril
Conjunção entre Vênus e Júpiter
Observável em todo o mundo. Visível por volta das 3h50 às 6 horas (fuso horário de Brasília, Brasil), na direção do Leste geográfico; Ambos estarão na constelação de Peixes.

Fases da Lua

1 / Abril
Lua Nova

9 / Abril 
Lua Crescente

16 / Abril 
Lua Cheia

23 / Abril 
Lua Minguante

Fontes: jpl.nasa.gov/calendar / solarsystem.nasa.gov / in-the-sky.org / Stellarium.org / earthsky.org / ov.ufrj.br / planetary ephemeris – Jet Propulsion Laboratory (JPL) / seasky.org / jpl.nasa.gov / rmg.co.uk / timeanddate.com

As efemérides astronômicas são uma agenda mensal elaborada pelo Setor de Astronomia, que é um dos 12 que integram o Departamento Laboratório da PRÓ-VIDA. No departamento, são desenvolvidos estudos, pesquisas e experiências científicas relacionadas a diversos temas, bem como atividades de campo e palestras. 

As efemérides astronômicas são uma agenda mensal elaborada pelo Setor de Astronomia, que é um dos 12 que integram o Departamento Laboratório da PRÓ-VIDA. No departamento, são desenvolvidos estudos, pesquisas e experiências científicas relacionadas a diversos temas, bem como atividades de campo e palestras. 

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