Aprender pelo exemplo é uma maneira pela qual o ser humano se desenvolve. Uma criança, do seu engatinhar, olha para cima e observa o caminhar daqueles gigantes que conhece como pais. Eles têm algo que lhe soa diferente, realizam uma ação que ela ainda desconhece, mas que, por alguma razão, até mesmo intuitiva, a fascina.

Dia após dia, ela observa o entorno até que, em um dado momento, parece reconhecer a força que tem, busca o equilíbrio, se apoia e, então, se levanta. Os pais acompanham o processo e oferecem à criança o melhor ambiente para que ela aprenda a andar. O tempo passa, a criança segue firme no seu objetivo, se apoia em uma cadeira, em um sofá e, em um belo dia, se enche de coragem, solta as mãos e dá o seu primeiro passo.

Parece que o processo de aprendizagem pelo exemplo, notado tão claramente na infância, se perpetua pela vida. Um adulto observa quem está a sua volta e se atenta para condutas e ideias que encontram ressonância dentro de si mesmo. Por vezes, é cativado por alguém que tem algo que ele busca, que desperta nele a vontade de ser como o outro, ter o que ele tem, viver como ele vive, imitar suas ações. E o cérebro humano é bom nisso. Por meio dos “neurônios espelho”, a ação observada é simulada e, por isso, é possível aprender pelo exemplo¹. Cabe então a reflexão: imitar aquele que o cativou?

Nessa meditação, talvez nasça dentro de cada um a coragem daquela criança que olhou para cima, observou gigantes, se soltou e deu o seu primeiro passo. Talvez seja possível reconhecer até mesmo além dos gigantes, alcançar as estrelas, sair da galáxia, adentrar na imensidão do universo, ser cativado por algo que vai além do que os olhos conseguem captar, que se alcança pelo sentir e cuja manifestação se dá em uma ação que pode transformar o mundo, não somente o individual, mas o de todos. Um propósito pelo qual valha a pena caminhar. Um ideal que foi reconhecido por um homem que doou sua vida como exemplo de que é possível ser feliz, basta estender a mão ao próximo e ajudar.